segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Dos pensamentos loucos já antes ditos.


“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa. Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera. Estranho é que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar. Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera? E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará. A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente. Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”                                                                                          

                                                   Caio Fernando Abreu. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

O som do piano.


   O som do piano chega aos meus ouvidos efêmeramente. Sigo meu caminho, caminhando a esmo. O som emitido pelo piano invade meu pensar, me trás de volta a razão, a qual eu havia deixado do lado de lá. Altos e baixos em meus ouvidos me trás uma verdadeira confusão dos sentidos, causando-me uma fascinação singular. Provocando uma nostalgia volátil que me remete ás lembranças de instantes anteriores.
   Há tanta coisa a meu redor. Há tantas pessoas, rostos, pensamentos, obrigações. Há uma linha reta que me encaminha à rotina.
   A emoção toma conta do meu ser ao mesmo tempo que a preocupação me tange. O pulsar do que há dentro de mim simplesmente clama por existir.
   Porque tantas pessoas diferentes habitando a mesma atmosfera e fazendo dela um caos?
   Há vários olhares. E meu olhar desconcentrado procura apenas você.
   E quando você esse não acha; o som do piano cessa e a música fica sem ritmo.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Entre copas e espadas.



Em meio ao jogo, confiante de que venceria, puxei a carta pela qual eu achava que bateria. Um belo ás de copas. Que infelizmente não me serviria, mas que em meio as tuas cartas de espadas, perfeitamente se encaixaria.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Cansei.



Cansei! Não adianta mais insistir. Foi-se o tempo em que preocupava-me com você, com seus ódios, pensamentos e utopias. Agora, ponha-se para fora. Cuide, a porta já está aberta. Quero que vá.

Cansei de mentiras. Cansei de delírios.
O que há de errado com você? O que há de errado comigo? O que há de errado entre nós?
Mal sabes que posicionamento ter diante imprevistos da vida. Mal acreditas que há salvação.

Quero vá e leves tudo que o trouxe.
Leve seu orgulho, sua infantilidade, sua indecisão e faça bom proveito.
De mim levarás apenas meu perdão.

domingo, 9 de outubro de 2011

Um lugar, apenas um lugar.


Um lugar ao sol
Um lugar ao mar
Um lugar onde eu possa amar

Um lugar ao sul
Um lugar azul
Um lugar onde sejamos apenas nós na imensidão azul

Um lugar ao norte 
onde eu possa te ver
e tenha a sorte de para sempre te ter.

sábado, 8 de outubro de 2011

Reclamamos sem razão.

    Percebi o quanto sou feliz hoje pela manhã quando acordei e fui na padaria comprar pão. Percebi também que reclamo demais e sem razão alguma quando vi na rua uma mãe e sua filha bebê dormindo em um papelão, morrendo de frio, totalmente sujas e machucadas. Quando passei perto delas recebi um sorriso que me deixou totalmente sem reação e me fez passar horas refletindo. Caramba, eu dormi em um colchão totalmente macio, com cobertores, travesseiro, ursos de pelúcia e acordei de mal-humor por causa que meu pai me acordou ás 6 da manhã em um sábado, enquanto uma senhora dormiu com sua filha na rua, totalmente desprotegida e ainda consegue sorrir espontaneamente para quem ela nunca viu na vida.
    Acho que o problema das pessoas é reclamar demais e não valorizar o que tem. Desde que nasci tenho um lugar para morar, um lugar para dormir, a comida nunca me faltou e devido a sempre ter tido tudo nunca parei para valorizar o travesseiro com que eu apoio minha cabeça ao deitar, por exemplo. O orgulho, a vaidade, a prepotência, a arrogância  das pessoas nasce do ''poder'' no qual elas tem na sociedade. Se todos nós tivéssemos condições iguais e tivéssemos humildade teríamos um mundo melhor.
  Um dia assistindo tv vi a uma reportagem na qual uma atriz falou: '' Temos que todo dia passar pelo humildificador'' e concordo, mesmo que a cada dia fiquemos mais ''poderosos'' temos que ter humildade.


Humildade vem do latim humus que significa "filhos da terra". Refere-se à qualidade daqueles que não tentam se projetar sobre as outras pessoas, nem mostrar ser superior a elas. A Humildade é a virtude que dá o sentimento exato da nossa modéstia, cordialidade, respeito, simplicidade, honestidade e passividade. 

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Queria apenas.



Estava a dormir. Estava a sonhar. Até que o dia amanhece, o sol aparece e tudo de bom que sonhava desaparece. Começa mais um dia conflitante, onde ocorrem discussões, berros, escândalos e lágrimas. E mais lágrimas, que escorrem apressuradamente pelo meu rosto. Não gosto que me vejam chorar. Então me tranco em meu quarto e deixo todo sentimento ruim sair de dentro da minh'alma . Choro e soluço. A relação com meu pai que nunca foi a mais amorosa, pouco a pouco, se torna a pior. Por mais que já esteja acostumada com essas cenas que acontecem em nossas brigas, ainda me dói. A cada dia que tento curar as feridas, elas se abrem mais e mais. Minha vontade é morar em um lugar distante daqui, onde eu conheça o significado da palavra liberdade. Minha vontade é ter um clima agradável ao chegar em casa. Minhas vontades são as mais simples.